À medida que empresas do mundo todo enfrentam as complexidades da transformação dos negócios, é evidente que os desafios não são os mesmos. Um estudo recente em parceria com a Oxford Economics – "O jogo da estimativa: Quanto as transformações dos negócios realmente custam?" – mostrou as nuances geográficas e setoriais que modelam os esforços de transformação, bem como as diversas prioridades de diferentes funções de negócios.
Divisões geográficas
A Ásia enfrenta problemas de alinhamento
As organizações da Ásia são superadas pelas de outras regiões quando o assunto é clareza na transformação dos negócios. Somente pouco mais da metade (55%) tem uma definição clara da transformação dos negócios, comparado com pouco mais de quatro quintos na Europa e na Oceania e com três quartos nas Américas. Com pouco mais de um terço considerando "transformação dos negócios" um termo muito usado e somente 45% compartilhando uma visão unificada do que é a transformação, esta falta de alinhamento pode explicar o progresso mais lento da região em relação à inovação e eficiência de processos – ficando significativamente atrás de seus pares de outras partes do mundo.
As Américas precisam preencher a lacuna de colaboradores
Nas Américas, 52% das empresas em transformação têm dificuldades com o retreinamento da força de trabalho e 73% com a adoção de novas maneiras de trabalhar pelos colaboradores.
Nas Américas, há um forte reconhecimento de que a adesão dos colaboradores é fundamental para o sucesso da transformação, embora a maioria das empresas acredite que retreinar a força de trabalho (52%) e fazê-la adotar novas maneiras de trabalhar (73%) sejam os principais impedimentos. As outras regiões foram menos propensas a relatar esses tópicos como dificuldades. As organizações das Américas classificaram o aprimoramento da satisfação do colaborador entre os objetivos menos prioritários da transformação dos negócios – e esta falta de ênfase no elemento pessoal pode ser um fator que contribui para que os programas de transformação não atinjam os resultados pretendidos.
Desafios de análises de dados da Oceania
A Oceania aparenta estar atrás do restante do mundo com relação à estratégia e gestão de dados. A região tem as maiores dificuldades para fornecer dados pontuais à liderança sênior, com apenas 56% relatando ter sucesso nessa área, contra 74% nas Américas, 72% na Ásia e 68% na Europa. Além disso, o acesso a dados suficientes é mais limitado na Oceania (64%) do que nas outras regiões do mundo, assim como sua capacidade de usá-los, com somente 58% das organizações coletando dados em quantidade satisfatória para gerar valor e operar de maneira efetiva, comparado com 69% nas Américas e Ásia e 68% na Europa.
Variações por setor
Embora as dificuldades gerais das empresas com a transformação dos negócios estejam em toda parte, a pesquisa revela que certos setores parecem ser mais competentes na jornada de transformação.
Os serviços públicos lideram a inovação acelerada, com 33% expressando muita confiança – bem acima dos 23% da média dos setores.
A confiança dos serviços públicos supera a qualidade dos investimentos
O setor de serviços públicos é o mais otimista sobre sua capacidade de alcançar inovação acelerada por meio da transformação dos negócios, com um terço das organizações expressando muita confiança, comparado com 23% da média entre setores. Essa confiança se baseia nos lucros sólidos dos últimos três anos, com o setor de serviços públicos relatando o maior ROI das iniciativas de transformação (30%), ultrapassando a média entre setores de 26%.
No entanto, muita confiança e lucros nem sempre significam investimentos sólidos: somente 44% dos executivos de serviços públicos acreditam que suas empresas investem nas tecnologias certas no momento ideal. E apenas 44% sentem que seus KPIs de sustentabilidade e CSR estão sendo monitorados adequadamente – bem abaixo dos 54% da média entre setores.
Uma estratégia definida é essencial para alavancar resultados
O estudo revela que setores como petróleo e gás (6%) e indústria química (9%) são muito menos propensos a dizer que seus planos de transformação dos negócios estão perfeitamente definidos e comunicados à força de trabalho, comparados com 18% entre os setores, sugerindo uma falta de clareza que pode estar contribuindo para seus problemas.
Os entrevistados do setor de indústria química enfrentam mais desafios na alocação de recursos (70% comparados com 60% dos outros setores). Enquanto isso, as empresas de petróleo e gás encaram obstáculos diferentes: 81% têm dificuldades com a adoção de novas maneiras de trabalhar pelos colaboradores, comparados com 65% na média de todos os setores, e 77% acham difícil medir o sucesso da transformação, contra 65% no geral.
Por outro lado, setores que estão mais propensos do que outros a relatar estratégias de transformação definidas perfeitamente e bem-comunicadas, como os de varejo (29%) e de bens de consumo (25%), estão vencendo esses desafios de maneira mais efetiva.
Disparidades funcionais
A transformação dos negócios não é apenas um desafio organizacional – há também diferenças de perspectivas e prioridades entre as diversas funções de negócios. Embora a análise indique uma tendência generalizada de aumento de gastos na transformação, ela também apresenta diferenças notáveis em prioridades e funções de liderança entre essas funções.
A estratégia corporativa fica atrás da TI e da P&D tanto nos gastos atuais como no crescimento projetado, apontando para uma mudança em direção a transformações baseadas em inovação e tecnologia.
Padrões de gastos com a transformação
P&D/Inovação lidera em gasto médio anual na transformação dos negócios com um pouco mais de US$ 9 milhões, seguida de perto pela TI (US$ 8,7 milhões) e com a estratégia corporativa fechando o grupo (US$ 7,9 milhões). Além de ter o menor gasto atual, a estratégia corporativa tem a projeção do menor aumento de gastos nos próximos três anos, de apenas 38%, comparados com TI (47%) e P&D/Inovação (45%). Essa tendência sugere que as empresas estão priorizando as inovações e as transformações baseadas em tecnologia em relação às mudanças estratégicas organizacionais.
Principais prioridades da transformação
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O envolvimento da TI nos trabalhos de transformação dos negócios geralmente tem como foco a adoção de uma estrutura universal de segurança, destacando a crescente importância da segurança cibernética nas transformações digitais. A função de P&D/Inovação prioriza o desenvolvimento de produtos ou serviços totalmente novos, enfatizando a busca por diferenciação no mercado. No topo da agenda de transformação da estratégia corporativa está a migração do armazenamento de dados para fora das instalações, o que sugere uma mudança em direção a operações baseadas na nuvem. As transformações mais significativas estão acontecendo agora: a TI lidera com 63% dos entrevistados relatando que seu projeto mais importante está em andamento, seguida pela P&D/Inovação (61%) e pela estratégia corporativa (53%).
Quem está liderando a transformação?
A pesquisa também revela perfis distintos de liderança por função para iniciativas de transformação. Entrevistados da função de TI que lideram iniciativas de transformação dos negócios tendem a ser executivos de tecnologia de nível de diretoria (CTO, CIO, CISO), enquanto os da área de P&D/Inovação são normalmente Chief Data Officers (CDO), indicando o foco na inovação digital. Entrevistados da função de estratégia corporativa que estão à frente de programas de transformação tendem a ser Chief Transformation Officers. Esse foco especializado em mudanças estratégicas aponta para a crescente frequência e complexidade das transformações dos negócios, visto que essas responsabilidades poderiam estar sendo compartilhadas anteriormente por diversos executivos da diretoria.
A necessidade de estratégias de transformação dos negócios mais sutis e personalizadas
As diferenças geográficas, setoriais e funcionais destacadas na pesquisa ressaltam que estratégias padronizadas não entregam todo o potencial dos programas de transformação. Em vez disso, as empresas devem navegar com cuidado pelos desafios e oportunidades únicos apresentados pelo seu contexto específico. Para empresas globais, isso pode significar a implementação de programas localizados de transformação que consideram variações regionais de mentalidade e recursos.
A transformação bem-sucedida exige colaboração estreita e alinhamento interfuncional. Ao encorajar um entendimento compartilhado dos objetivos da transformação e da função que cada equipe exerce, as organizações podem aproveitar as diversas perspectivas e especializações de seu pessoal para obter resultados mais efetivos.
A capacidade de se adaptar e se transformar é uma vantagem competitiva para empresas de todos os tipos, em qualquer lugar. Com a compreensão da natureza multifacetada desse desafio, os líderes podem desenvolver estratégias mais direcionadas e impactantes para preparar seus negócios para o futuro.
Para conhecer mais insights sobre a transformação dos negócios revelados no estudo em parceria com a Oxford Economics, convidamos você a fazer o download do relatório: "O jogo da estimativa: Quanto as transformações dos negócios realmente custam?".